Opinião

Riscos e desafios do presente verão algarvio

ANTÓNIO GUEDES DE OLIVEIRA
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Junho está já a caminhar. E, em outros anos, este seria já um tempo de excepção com imensos turistas a palmilhar as nossas ruas, a encher hotéis e demais alojamentos, a frequentar os restaurantes, a inundar os areais das nossas praias e a saborear as águas do nosso mar. Mas, este ano, esta pandemia inesperada veio dar um rosto diferente a este Algarve que, paulatinamente, se quer restabelecer e voltar aos seus tempos de outrora.

Será um caminho longo que se terá de percorrer e, durante o seu percurso, inspirar confiança por este ser um destino, para todos os que o procuram, de uma grande segurança. E já o tem demonstrado durante todo o tempo de emergência e de excepção a que fomos votados e, como consequência, confinados no interior de cada lar. Agora, já com maior abertura, a vida parece retomar o seu normal e o Algarve, sem sobressaltos, parece voltar ao seu figurino habitual. Mas, por enquanto, maioritariamente com os seus residentes. Apesar de algum movimento que já se faz notar, ainda se continua à espera dos muitos visitantes que timidamente começam a chegar.

Para manter os seus níveis de confiança e transmitir essa desejável segurança aos seus residentes e aos visitantes que vêm até nós, ter-se-á de continuar a manter baixos níveis de infeção e uma letalidade quase residual à escala regional. E se até ao presente, foi possível manter bons níveis de salubridade, com o turismo a aumentar e com a sua intensificação, quando julho chegar, os riscos não pararão de aumentar.

Por isso, as autoridades de saúde, a par das demais estruturas políticas, deverão delinear um programa ao qual, necessariamente, se terão de juntar todos os organismos turísticos para se encarar de frente a pandemia e, dessa forma, preservar a imagem presente e futura de toda a região algarvia. Sem hesitações, esse programa, que deve considerar todos os hotéis, aldeamentos e demais alojamentos turísticos, terá que monitorizar quem vem até nós e até testar, de uma forma rápida e com resultados na hora, quem escolhe esta região para umas férias de eleição. E obviamente o sigilo será um dado determinante

É verdade que, neste como em muitos outros casos, a liberdade deixará de ser o que era. Mas em tempos de excepção, ter-se-á de prescindir de alguma privacidade em benefício próprio e de toda a sociedade. Com um programa de alguma dimensão, bem delineado e com uma articulação entre os seus diferentes agentes, estaremos mais seguros para bem receber e para, com a segurança devida, aqui podermos viver.

Se nada se fizer e se se deixar o verão à sua sorte, a pandemia pode prosperar e alterar os dados de toda a região com implicações futuras na imagem deste destino turístico. Mesmo com os incómodos que se possa causar, estes procedimentos de testagem e monitorização acabam por transmitir segurança a quem nos visita por se ver que há controlo apertado da pandemia, por se defender a saúde e por se relançar a nossa economia.

E se, mesmo com a avalanche de verão, conseguirmos manter os números de COVID 19 que têm atravessado estes meses de pandemia, a imagem do Algarve continuar-se-á a espalhar como um destino de férias que transmite confiança devido aos elevados níveis de segurança que apresenta numa hora como esta. Se nada se fizer e se apenas se apostar na sorte, esta poder-nos-á bafejar ou não. E em caso negativo, as consequências irão perdurar e só com o tempo e muito a pulso iremos recuperar a nossa imagem e o nosso prestígio.

Por isso, este verão apresenta-se cheio de riscos que é preciso evitar e, ao mesmo tempo, cheio de desafios que é preciso encarar. E um deles é o de, a nível sanitário, erguer-se um plano de prevenção que a todos dê segurança e atravesse com êxito este verão. Se o conseguirmos ultrapassar com a normalidade que ansiamos, estaremos a fazer uma campanha de milhões e, seguramente, já no próximo ano, atrairemos multidões.

Se os riscos são muitos e atravessam todo o verão, colocam-nos desafios que exigem imaginação para os ultrapassar e para, sem sobressaltos, podermos continuar com segurança e com a confiança que qualquer destino turístico requer. O Algarve disfruta de altos níveis de aceitação. Mas este é um desafio constantemente posto à prova. E ainda mais este verão. Por isso, os riscos apresentam-se como desafios que teremos de vencer para que o Algarve continue a estar no top das preferências turísticas.

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